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"I Conferências de Fafe": ex-Presidente da República Jorge Sampaio foi lembrado e homenageado por Artur Santos Silva, seu amigo pessoal

Artur Santos Silva, jurista e administrador de empresas, esteve ontem em Fafe para uma leitura sobre o exercício do Presidente Jorge Sampaio, seu amigo pessoal, dedicada ao tema “48 anos de ditadura, 48 anos de democracia, o papel de Jorge Sampaio”. Mais do que uma reflexão, a sua intervenção acabou por tornar-se uma homenagem. Na plateia estava a assistir Maria José Ritta, a esposa de Jorge Sampaio, e seu filho, André Sampaio.

A terceira sessão das "I Conferências de Fafe" abriu com o discurso de Antero Barbosa, presidente de Câmara Municipal de Fafe e mentor da iniciativa. O autarca agradeceu a presença da família do "nosso Jorge Sampaio" e de Artur Santos Silva. Avançou referindo que “vivemos tempos difíceis a vários níveis, desde a pandemia, à guerra da Ucrânia, até às preocupantes alterações climáticas que ameaçam o planeta”, questionando de seguida "Como atuaria Sampaio perante estes cenários?". “Como humanista que era, defenderia os direitos humanos. Enquanto democrata, defenderia as maiorias. Estamos certos de que colocaria as necessidades dos seres humanos em primeiro lugar e exaltaria os valores da fraternidade, equidade e justiça. Promoveria a liberdade como base da solidariedade”. “Na verdade, precisamos de novas políticas humanistas, ao serviço de todos, como foram aquelas de Jorge Sampaio”, concluiu o autarca.

Luís Marques Mendes, moderador da sessão, saudou a família de Jorge Sampaio, “amigos próximos e pessoas de caráter e retidão, justas e generosas”. Voltou-se para Artur Santos Silva, por quem referiu “ter uma enorme estima e profunda admiração”. Referiu-o como “homem culto e de cultura e de enorme caráter empreendedor”, reforçando o seu papel em Serralves e no BPI.

Sobre Sampaio, de quem Marques Mendes era próximo, descreveu-o como uma “personalidade especial, de enorme coragem cívica e política e que ensinou a todos uma lição, aquando da sua candidatura presencial em 1995: os portugueses estimam e apreciam políticos com caráter como ele”. “Ele, que era um homem de consensos, um homem bom e um político de mão cheia. Frontal, leal e intelectual, com visão estratégica e flexibilidade tática, trocou a advocacia pelo serviço público, teve uma vida intensa antes e depois do 25 de abril, deixando, acima de tudo uma enorme saudade”, remata.

Artur Santos Silva começou por parabenizar o município pela iniciativa, frisando ainda que Luís Marques Mendes “tem prestigiado muito a cidade onde assentam as suas raízes”. Seguiu-se um cumprimento especial a Parcídio Summavielle, antigo presidente da Câmara de Fafe e seu amigo de faculdade. Sobre a figura de destaque da iniciativa, começou por definir Jorge Sampaio como “um cidadão exemplar e o maior português e político da sua geração”.

Realçou a sua ativa e marcante intervenção na crise académica de 1962, focando a sua coragem moral e cívica. Destacou o seu desempenho irrepreensível enquanto advogado, vida que abandonou para abraçar a vida política onde o desempenho foi uma vez mais de força e coragem. Relembrou a força que teve ao candidatar-se ao PS em 1989, numa altura em que o partido se encontrava numa situação difícil. Abordou ainda os seus feitos enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa, onde “inovou no planeamento estratégico, gestão urbanística, políticas sociais”, e do apoio que deu à candidatura de Lisboa a Capital Europeia da Cultura, em 1994.

Enquanto presidente da República, Santos Silva evidenciou “a grande visão que tinha do futuro”. Fazendo uso da sua “capacidade de obter consensos”, “dialogando como quem respira”, assumiu grandes lutas e projetos, como o “combate vigoroso que encetou contra a ocupação de Timor-Leste”, a criação da COTEC e COTEC Europa ou o seu programa que trouxe da Síria dezenas de estudantes em fuga. “As suas excecionais qualidades levaram-no a ser convidado por Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidades na altura, para liderar a luta contra a tuberculose. “Pela firmeza na defesa dos valores da dignidade humana, recebeu em 2015 o «Prémio Nelson Mandela»”, instituído pela ONU para distinguir personalidades pelo seu trabalho em prol dos ideais defendidos pela organização, como “liberdade, coragem, compreensão, humildade e ausência de ressentimento, tudo qualidades de Jorge Sampaio”.

 

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