A problemática dos maus tratos e deficiência intelectual foi o tema escolhido para o debate que se realizou, na passada sexta-feira, no auditório municipal.
A iniciativa promovida pelo Grupo de Trabalho Concelhio para as deficiências e Incapacidades de Fafe, GTCDI, em colaboração com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco de Fafe, CPCJ, teve como objetivo principal, para além de conhecer o roteiro para a prevenção e Intervenção em contexto institucional em situações de maus-tratos a pessoas com deficiência intelectual, sensibilizar os profissionais, famílias e outros agentes da comunidade para a problemática dos maus tratos e contribuir para a formação e sensibilização das organizações e dos seus profissionais para a prevenção de situações de violência nesta população.
Na abertura dos trabalhos, o presidente da Câmara Municipal de Fafe, Raul Cunha, destacou a importância de iniciativas desta natureza.
"Foi uma feliz ideia fazer uma sessão de trabalho como esta sobre uma questão que muito nos preocupa – os maus tratos a pessoas com deficiência".
Na ocasião o autarca lembrou também que, cada vez se fala mais nesta problemática, não só com pessoas portadoras de deficiência e, por isso, há uma necessidade cada vez maior de alertar e estudar formas de travar esta forma de violência.
“Esta é uma questão preocupante. Como sabemos, os maus tratos são praticados não só a pessoas com deficiência, mas também em casos de violência domestica, contra crianças e em muitas outras situações. Portanto, tratando-se de uma questão que tem a ver com direitos humanos e cívicos, devemos abordá-los e, todos juntos, tentar encontrar soluções”.
Raul Cunha lembrou ainda que as questões sociais são uma das prioridades da câmara de Fafe, desde a primeira hora.
“O Município de Fafe tem uma grande preocupação com a área social, é uma das nossas prioridades. Gostamos de ter boas práticas no concelho e partilhá-las. Este encontro é disso exemplo”, frisou.
No workshop, orientado por Sara Neto, da Federação de Cooperativas de Solidariedade (FENACERCI) e co-autora do “Roteiro para prevenção e Intervenção em contexto institucional: Maus tratos e deficiência intelectual”, participaram cerca de 80 pessoas, oriundas de Fafe, Guimarães, Felgueiras, Cabeceiras, Celorico, Amares, Arco de Baúlhe, Amarante e Braga, o que demonstra a importância do tema.
Recorde-se que o Grupo de Trabalho Concelhio para as Deficiências e Incapacidades (GTCDI) de Fafe, foi criado em 2002 e é constituído por representantes do Serviço Social da Câmara Municipal de Fafe, Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Fafe (CERCIFAF) e Santa Casa da Misericórdia de Fafe.
O trabalho deste grupo consiste em promover, organizar, sinalizar, informar e apoiar atividades que envolvam docentes e outro pessoal de escolas, técnicos de organismos públicos e privados, forças de segurança, famílias interessadas nas problemáticas das pessoas com deficiência, bem como sinalizar, informar e acompanhar situações relativas às condições de acessibilidade e mobilidade de cidadãos no concelho.