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Enfermeiras Paraquedistas homenageadas em Fafe

No segundo dia do Terra Justa, evento de causas e valores da humanidade, as enfermeiras paraquedistas que durante a guerra colonial prestaram auxílio aos soldados, no teatro de operações, foram homenageadas pelo seu trabalho, coragem e força.

Muitas vezes esquecidas, estas enfermeiras que não se deixaram intimidar pelo soar das sirenes e disparos e partiram para as ex colónias levando na bagagem apenas a certeza que iriam fazer o que mais gostavam – salvar vidas.

Por isso, a autarquia de Fafe decidiu, este ano, no âmbito do Terra Justa prestar-lhes um tributo pela sua coragem. Para o presidente da Câmara municipal, Raúl Cunha, trata-se de um reconhecimento merecido.

“Há nas nossas forças armadas um grupo de 47 mulheres que merecem a nossa atenção e o nosso reconhecimento. Num contexto socioeconómico como era o português por altura da guerra do ultramar, estas mulheres foram vanguardistas e partiram para a guerra para prestar apoio aos nossos soldados. Por isto, merecem ser homenageadas num evento como o Terra Justa”.

Ontem à noite, na conferência subordinada ao tema “Memória e tributo – Enfermeiras Paraquedistas Portuguesas”, estiveram presentes, para além de algumas das enfermeiras que estiveram no campo de batalha, vários dos homens que conheceram de perto o trabalho destas mulheres.

Foi o caso do General Luís Araújo que recordou alguns dos momentos em que a ação destas enfermeiras foi fundamental no salvamento de militares e civis e destacou a força e a coragem destas mulheres que partiam para o socorro saltando de um paraquedas.

“As enfermeiras, quando chegavam, eram a mãe daqueles homens. Só quem lá esteve, entende o que estou a dizer. Estas mulheres transmitiam carinho àquela gente que de forma desprevenida ficava magoada”.

A bravura e o empenho das enfermeiras foi também destacado pelo Coronel José Aparício que falou do papel que tiveram no campo de batalha. O militar destacou ainda a audácia das mesmas para a época.

“Estas mulheres foram pioneiras na luta pela emancipação da mulher. De resto, foi nas zonas mais sombrias de África que elas foram fundamentais”.

Perante uma plateia composta por “boinas verdes” e sociedade civil, a emoção na recordação do trabalho de milhares de portugueses numa guerra sangrenta foi visível. 

As homenageadas mostram-se gratas pela homenagem e não esconderam a emoção. Rosa Serra, uma das mulheres que partiu para o desconhecido nos anos 60, salientou que a decisão da autarquia fafense foi uma surpresa.

“As enfermeiras paraquedistas estão muitas gratas à Câmara Municipal de Fafe por este evento e por esta homenagem. Este convite espelha a posição das jovens mulheres que foram para a guerra trabalhar nos conflitos entre os homens”.

O programa do Terra Justa prossegue, esta quinta-feira, de manhã, com mais uma “Conversa de Café”, subordinada ao tema “Refugiados e Deslocados – medos e mitos”, com o Frei Mussie Zerai, presidente da Agenzia Habeshia, e Tareke Brhane, presidente do Comitato Tre Ottobre.

De tarde, pelas 15H00, será colocado no mural das causas, a mensagem da Agenzia Habeshia, pelo Frei Mussie Zerai, seguida, às 18H00, de mais uma “Conversa de Café”, com o tema “As novas fronteiras de um novo mundo”.

O dia termina, pelas pelas 21H30, no Teatro Cinema com conferência de homenagem à “Agenzia Habeshia – História e Missão”.

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