Impulsionado pela companhia EnfimTeatro e a S.R. Cepanense, o filme EROSÃO resulta do Projeto Comunitário homónimo que tem a comunidade fafense como protagonista. Em profundo compromisso com as suas metamorfoses, linguagens, hábitos e tradições da, o projeto estabeleceu como pilares fundamentais à sua estrutura termos como: viagem, emigração, esperança e utopia, não esquecendo a paisagem, o património (material e imaterial), as pessoas, enfim, a Cidade. Desenvolvida em co-produção com Foto Joelito e Pixel Produções, a longa metragem resulta de uma rede cultural alargada através da parceria e colaboração entre diversas comunidades, coletividades e grupos representantes de diferentes freguesias do concelho de Fafe, multiplicando deste modo o número de recursos, agentes intervenientes, comunidades envolvidas e ampliando as fronteiras das suas consequências e a diversificação de caminhos, e, naturalmente, de sentidos.
Inspirado no texto dramático ‘Terra Firme’, de Miguel Torga, EROSÃO retrata a longa e penosa espera de um filho há vinte anos ausente. António, o pai, acha-se perdido num mar de emoções contrárias, às portas da loucura, vagueando entre memórias, medos, paixões e desejos, esperando ansiosamente o regresso do filho. Nas suas mãos, nas da sua esposa Guilhermina – mãe adiada – e nas da noiva Maria, arrefece o vazio e mirra a esperança. Quando virá esse desconhecido que paira em todo o lado como um fantasma?
Estamos perante um trabalho planeado, suportado e executado, todo ele, por não-atores e elementos que pela primeira vez experimentaram determinados meios técnicos e materiais, pessoas que nunca haviam conhecido o caminho de aproximação, senão em sonho, à ideia de um filme. A orientação do projeto esteve a cargo de uma equipa de profissionais e contou com a parceria do Município de Fafe, juntando mais de duzentos participantes e duas dezenas de instituições.
EROSÃO é o reflexo de um longo caminho, um percurso de democratização e encontro, de recriação humana, de reencontro social.