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“Gostava de escrever mas nunca pensei ser escritor”

O escritor Alberto S. Santos foi o convidado, ontem à noite, das VI Jornadas Literárias. O encontro foi na Biblioteca Municipal de Fafe e contou com uma sala cheia para ouvir as histórias do autor da “A escrava de Córdova”, entre outros.

O escritor da Porto Editora falou da sua experiência e recordou o momento em que decidiu começar a escrever.

“Sempre gostei de livros, mas nunca me passou pela cabeça escrever. A primeira vez que o fiz foi com A Escrava de Córdova e fi-lo por acaso, após uma investigação sobre uma descoberta feita no concelho de Penafiel. Fui saber mais sobre a passagem dos árabes por cá e a inspiração deu-se”, disse, explicando que a sua escrita “é romance histórico e não consegue mudar o registo”.

Numa conversa com o público, durante cerca de duas horas, Alberto S. Santos desfiou algumas das suas histórias e experiências enquanto escritor, mas também da sua passagem pela política.

“Não me considero político. Tenho a minha noção cívica e tento contribuir para encontrar soluções para a comunidade, mas a política nunca tolheu o meu percurso como escritor, nem vice-versa. Hoje não me vejo sem os meus livros”, frisou.

Alberto Santos explicou também que o tema religião nos seus livros surge de uma necessidade de tentar perceber o que une as três religiões com mais seguidores no mundo.

“Sou cristão, mas procurei nos meus livros abstrair-me de crenças. O primeiro livro é a prova disso mesmo. Nele tentei perceber o que une e separa as religiões Judaica, Muçulmana e Cristã, que têm sido o motor de grandes conflitualidades”.

Na sessão de ontem à noite, o presidente da Câmara Municipal de Fafe, Raul Cunha, agradeceu a presença do escritor e salientou a importância da realização de um evento com as Jornadas Literárias.

“É muito importante, no mundo em que vivemos, um mundo fugaz e apressado, em que as novas tecnologias dominam, respeitar o livro e usá-lo com fonte de cultura e de saber”, disse, revelando ainda que “as jornadas são um evento importante no concelho e queremos dar-lhe uma projeção cada vez maior”.

Refira-se que as jornadas literárias de Fafe prosseguem esta quarta-feira. Esta manhã, “ a poesia foi à feira”. Tratou-se de uma iniciativa com o objetivo de proporcionar a quem foi às compras, ter um contacto com a literatura, mais concretamente com a poesia.

Assim, durante a manhã, foram distribuídos poemas pelas pessoas e os alunos da escola de Medelo recitaram alguns textos no recinto da Praça das Comunidades. A par da poesia, houve ainda tempo para a dança, com a atuação do rancho folclórico dos alunos da escola de Regadas, e para a música, com o grupo de bombos da Cercifaf.

De tarde, realiza-se, na Biblioteca Municipal, a final do Concurso Concelhio de Leitura.

Do programa destaque ainda para amanhã, quinta-feira, para Tiago Rebelo, que vai participar numa tertúlia na Biblioteca Municipal, às 21H30, e para o lançamento da obra “Esvoaços 3” de Acácio Almeida, no Teatro-Cinema, no sábado, pelas 15H30.

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