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Human Rights Watch em destaque no segundo dia Terra Justa

O Terra Justa continua durante o dia de hoje, com a Homenagem à Human Rights Watch, organização não governamental que defende os Direitos Humanos no mundo inteiro. A Human Rights Watch investiga, detalhadamente, violações de direitos humanos, denuncia mediaticamente os casos que documenta e procura junto dos Governos e das Nações Unidas, políticas eficazes que promovam os Direitos Humanos e a Justiça.

“O estado dos Direitos Humanos’- , deu o mote para uma Conversa de Café, com Bruno Stagno Ugarte, Diretor Executivo Adjunto para Advocacia e, que antes de ingressar na HRW, teve diversas funções como Ministro dos Negócios Estrangeiros da Costa Rica, Embaixador das Nações Unidas, tendo também colaborado com o Tribunal Penal Internacional.

Bruno Stagno Ugarte aproveitou a ocasião para explicar que A Human Rights Watch tem cerca de 400 membros que trabalham sob 100 países, onde se considera que as violações dos Direitos Humanos são particularmente graves. Há batalhas que perdemos outras que ganhamos, mas tentamos sempre ser fieis aos testemunhos das vítimas, às histórias trágicas que partilham connosco para nos assegurarmos que estão a ser protegidos os seus Direitos.”

Bruno Ugarte adiantou ainda que “Neste momento são várias as situações que nos preocupam: a Síria, porque o número de mortos já ascende aos 400 mil, com o uso indiscriminado de armamento; Iémen, onde temos a pior situação humanitária de todo o mundo, com mais de 1 milhão de pessoas com casos de cólera; Birmânia, onde o Governo e o Exército estão a fazer uma campanha de limpeza étnica contra uma minoria muçulmana; República Democrática do Congo, há violações sistemáticas dos Direitos Humanos; a situação dos migrantes na Líbia. O panorama é muito deprimente, mas há avanços em algumas áreas e, por isso, apelamos para a comunidade internacional e alguns actores em específico se mobilizem para mudar o estado em que o Mundo se encontra.”

É muito importante que a sociedade civil se mantenha activa e que a juventude não fique apática e participe, activamente, na renovação da Democracia e dos valores fundamentais dos Direitos Humanos. A apatia é a pior resposta, porque terá, inevitavelmente, consequências graves. É fundamental que as Democracias se unam e sejam fieis aos seus discursos, ajam e defendam os Direitos Humanos, em todas as suas decisões.”, apelou o Director Executivo Adjunto para a Democracia.

À tarde, Bruno Stagno Ugarte depositou a mensagem da Human Rights Watch no Mural das Causas, monumento que tem acompanhado a história do Terra Justa e onde estão depositadas já várias mensagens sobre o futuro da humanidade, que serão abertas apenas daqui por 25 anos. Sobre esta mensagem, Bruno Ugarte referiu que para além de ser uma chamada de atenção para que não sejamos complacentes e que o futuro dependerá unicamente de como vamos responder agora, é também uma mensagem de optimismo.”

No Arquivo Municipal, foi inaugurada a exposição da HRW: um retrato do trabalho desta ONG pela mundo inteiro.

Com o Padre Pedro e Alexandre Honrado, o Terra Justa fez um tributo ao Movimento Infantil Anti Armas e debateu o tema ‘Jovens em acção: Com que “armas” se faz a paz?’

Nas palavras de Joaquim Franco, moderador, esta conversa servia, acima de tudo, para “reflectir sobre a capacidade que as gerações têm de, através da sua mobilização, mudar políticas e assim, quem sabe, mudar o mundo.” Para Alexandre Honrado, “os jovens devem ser ‘intolerantes’, denunciando situações de violência doméstica, bullying ou quaisquer outras que ponham em causa os Direitos Humanos”.

O Pároco de Fafe, Padre Pedro, acrescentou à conversa a ideia de que “a paz nunca se conquista com a guerra, mas sim com a luta, porque a guerra pela paz só trará guerra. Esta luta pela paz faz-se, não com armas, mas com ferramentas como a educação, as palavras, o diálogo e o correcto uso da liberdade.”

Frei Fernando Ventura apresentado como Primeiro Embaixador do Terra Justa

O Terra Justa ficou ontem a conhecer o seu Primeiro Embaixador. Frei Fernando Ventura recebeu a Medalha de Compromisso pelas mãos do Presidente da Câmara, Raul Cunha, assumindo, a partir de agora, o papel de Embaixador do Encontro Internacional de Causas e Valores da Humanidade.

Em edições passadas, Frei Fernando Ventura, franciscano capuchinho, referindo-se ao “Terra Justa”, garantiu que “Sabemos que Fafe não é o centro do mundo, mas queremos colocar o mundo no centro de Fafe”.

O homem que abraçou um projecto que tem como objectivo debater as causas e valores da humanidade, salientou a importância de um evento desta natureza, uma iniciativa que coloca a sociedade a debater os problemas e as dificuldades do mundo moderno.“Fafe traz o mundo para o centro da sua realidade. Fazer desta terra a troca de ideias é, sem dúvida, desafiador”.

Na ocasião, Frei Fernando Ventura subiu ao palco descalço e confessou “estou descalço para não pisar os sonhos.” “Vivemos um tempo solteiro de afectos e viúvo de emoções. Precisamos de ser gente com gente. Construtores de liberdade para além dos limites. A nossa liberdade não termina na do outro, amplifica ao chegar ao outro.”

A Cerimónia seguiu com a Homenagem à Human Rights Watch, organização não governamental que defende os Direitos Humanos no mundo inteiro.

A Human Rights Watch investiga, detalhadamente, violações de direitos humanos, denunciam os casos que documentam e procuram junto dos Governos e das Nações Unidas, políticas eficazes que promovam os direitos humanos e a justiça.

Raul Cunha, Presidente da Câmara, destacou que “O Terra Justa é um movimento que não se esgota em Fafe, mas que se espalha por todo o mundo.” Sobre a Homenagem à Human Rights Watch “uma organização não governamental que desenvolve um trabalho notável na investigação, denuncia e exposição mediática de violações mediáticas dos Direitos Humanos.”

Pedro Ivo Carvalho, sub director do Jornal de Notícias e moderador da cerimónia, agradeceu “à Câmara Municipal de Fafe por não desistir do Terra Justa. Fafe é uma cidade pequena, a norte do país, que consegue, agora, marcar a agenda mediática com temas globais, de interesse geral. Vocês estão, aos poucos, a dar passada largas com passos pequenos.”

Bruno Stagno Ugarte, Director Executivo Adjunto para Advocacia e que antes de ingressar na Human Rights Watch, revelou que vivemos tempo difíceis e muito preocupantes. Os nossos maiores inimigos são os autocratas que não permitem as suas sociedades viverem em pleno todos os seus Direitos; o nosso segundo inimigo é a complacência das Democracias que não têm a verdadeira coragem política para lutar pelos Direitos Humanos de todos as populações. Necessitamos que as Democracias, como Portugal, falem alto e forte.”

Bruno Ugarte destacou “a campanha de limpeza étnica na Birmânia levada a cabo pelas Forças Armadas” como uma das histórias mais tristes, porque “houve já vários compromissos, depois da II Guerra Mundial, e estes episódios voltaram a acontecer e estão a acontecer.”

José Luís Carneiro, Secretários de Estado das Comunidades, enalteceu o evento, revelando que “Estamos a olhar aquilo que é o farol do Direito: a Justiça. A partir de um território local conceptualizar uma visão global.”

O Secretário de Estado aproveitou a ocasião para dar a conhecer as estratégias de trabalho definidas para territórios como a Venezuela e Portugal para fazer face à crise social e humanitária.

Alexandre Honrado, coordenador do Núcleo Português de Investigação Nelson Mandela, referindo-se à Declaração Universal dos Direitos do Homem, referiu que “as pessoas não leram esta Declaração, porque, como em muitas outras coisas, acham que ainda têm respostas claras para tudo!”

Aquilo a que assisto, actualmente, é que vivemos num mundo que é uma terra justa nas mãos de pessoas injustas. Vivemos numa grande sociedade de médicos: vimos e discutimos sobre o mundo que está doente, mas deixamo-lo morrer.”, revelou.

A paz constrói-se com aqueles que lutam. A Sociedade civil não está preparada, nem motivada para a defesa dos Direitos Humanos. Está desorientada e o maior exemplo disso são as redes sociais.”, concluiu.


 

Vídeo resumo do segundo dia Terra Justa (aqui)

 

 

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