Gérald Bloncourt, conceituado fotógrafo, falecido no passado dia 29 de Outubro, foi homenageado, hoje, em Fafe. Pompeu Martins, Vereador da Cultura do Município de Fafe, e Artur Coimbra, historiador e diretor dos Museus de Fafe, distribuíram, junto da comunidade escolar, uma recordação de Gérald Bloncourt, onde se lê um breve resumo daquilo que foi a vida do artista. Os alunos ficaram, assim, a conhecer a vida e obra de Gérald Bloncurt e o contributo imenso que o fotógrafo teve no retrato da emigração em todo o mundo.
Nos Paços do Concelho, está em exposição um conjunto de fotografias de Gérald Bloncourt e foi colocada, na fachada do edifício, um retrato do fotógrafo, homenageando, desta forma, todo o seu legado, e em especial, a sua dedicação e carinho a Fafe.
Pompeu Martins salientou que “Gérald Bloncourt foi um grande amigo de Fafe. Ofereceu-nos 104 fotografias, um espólio extraordinário que é a herança maior e a cobertura mais bem conseguida da emigração portuguesa para França na década de 60. É considerado um dos maiores fotógrafos do mundo a tratar este assunto. Foi acompanhando, passo a passo, a vida dos nossos emigrantes, com uma sensibilidade muito especial.”
“Quando Gérald conheceu o Museu das Migrações, confidenciou-me ‘Agora já posso partir em paz que a dignidade destas pessoas nunca se perderá’. Ele acreditava que a emigração, a saída das pessoas para outros países à procura de uma vida melhor, prendia-se sobretudo com uma luta pela dignidade humana.”
“O que hoje estamos a fazer em todas as escolas do concelho é a nossa homenagem e uma forma de dizer ‘Obrigado Gérald Bloncourt’. Um homem que foi um lutador, de uma coerência extraordinária.”
“Isabel Bloncourt, esposa de Gérald Bloncourt, revelou-nos, ontem, depois de saber desta homenagem que hoje lhe fazemos, que trazermos a obra dele às novas gerações representa a razão da vida dele, que foi sempre acreditar ‘no dia que virá’, como escreveu num dos seus versos.”, acrescentou.
Recorde-se que mítico franco-haitiano fotógrafo Gérald Bloncourt, o grande repórter da emigração clandestina dos portugueses para França nos anos de 1960 e 1970, faleceu a 29 de Outubro, em Paris, cidade onde, hoje, decorreram as suas cerimónias fúnebres.
Ontem, completaria, 92 anos de uma longa vida de combate pela liberdade, pela democracia e pelos direitos humanos.
Um humanista e grande defensor da justiça e da dignidade, Bloncourt está ligado a Fafe por uma inolvidável amizade e pelas 104 fotografias que doou ao Museu das Migrações em 2009 e que constituem a base iconográfica daquele.