Foi com profundo pesar que a Câmara Municipal de Fafe tomou conhecimento do falecimento do Maestro José Atalaya. A vida desta que é uma das figuras maiores da cultura portuguesa do nosso tempo estará para sempre ligada à nossa terra pela sua pessoal intervenção na criação de uma Academia de Música que viria a ter o seu nome. A iniciativa foi promovida pela Câmara Municipal de Fafe, em 1998, com o seu acompanhamento e direção e, desde aí, se tem afirmado como uma importante instituição para a formação de crianças e jovens no âmbito da música no panorama nacional.
A memória do Maestro José Atalaya ficará marcada por todo o seu contributo enquanto maestro e compositor, mas também como pedagogo, e pela forma única como aproximava o público das diferentes formas de expressão musical.
José Atalaya ingressou, em 1951, como assistente musical, na antiga Emissora Nacional, onde colaborou com o compositor Pedro do Prado (1908-1990) e o João da Câmara (1905-1978), e iniciou um percurso de divulgação que se estendeu à RTP e a diferentes palcos nacionais, através de programas como "Quinzenário Musical" e "Semanário Musical", que manteve durante mais de 15 anos e que, em 1971, em entrevista, considerou um dos seus trabalhos "mais apaixonantes". Foi diretor da Antena 2 e maestro titular da orquestra sinfónica da RDP/Porto e conselheiro artístico de "Lisboa, Cidade de Música"
Em 1982, fundou a Orquestra Clássica do Porto, a convite do então secretário de Estado da Cultura, Pedro Santana Lopes.
Em 1983, publicou o seu primeiro livro, "A Cassete Azul". Sob o patrocínio da Secretaria de Estado da Cultura iniciou, em 1994, a antologia discográfica "Cinco Séculos de Música Portuguesa", tendo publicado cerca de 30 títulos.