Decorreu, na tarde de sexta-feira, a atividade que inaugurou as comemorações do 25 de Abril em Fafe e que reuniu no mesmo espaço mais de 50 alunos do concelho, em representação de todos os agrupamentos escolares e da Associação Cultural e Recreativa de Fornelos – a XVI Assembleia de Jovens Munícipes.
A atividade pretende, nas palavras de Raul Cunha, Presidente da Câmara Municipal, “envolver os jovens no funcionamento político autárquico, promovendo-se algo muito próximo do que é a Assembleia Municipal que pontualmente se realiza em Fafe”. Em jeito de balanço, Raul Cunha atenta nas “perguntas pertinentes colocadas pelos jovens, que demonstram precisamente que estão inteirados acerca dos temas que temos em cima da mesa na autarquia e que mais nos preocupam e merecem a nossa atenção.”
À mesa da Assembleia, tivemos Manuel Barros, Diretor Regional do Norte do Instituto Português do Desporto e Juventude, e alguns alunos, no papel de secretários.
As intervenções iniciais, mais longas, remeteram principalmente para as questões do 25 de Abril como conquista da liberdade e da democracia; dos refugiados, como a grande crise atual que afeta o mundo; da multiculturalidade e respeito pela diversidade cultural; e da inserção social de minorias, pelo combate e valorização da diferença.
Vários alunos colocaram várias questões aos membros do executivo presentes, o Presidente da Câmara Municipal, Raul Cunha, e os Vereadores Helena Lemos, Vítor Moreira, Pompeu Martins e José Baptista.
Das perguntas colocadas resultou um conjunto de esclarecimentos, que remeteram para várias áreas diferentes – cultura, educação, obras municipais, proteção animal, emprego jovem, ação social, etc.
A nível cultural, Raul Cunha salientou a realização do evento “Terra Justa” “como uma forma de desenvolvimento da marca Fafe, que é benéfico a vários níveis, incluindo o da captação de investimento e emprego. Na Terra conhecida pelo valor intrínseco da Justiça, faz todo o sentido, de resto, promover uma discussão internacional acerca dos valores e causas e da Humanidade.”
A educação e o desporto foram dois dos pontos que mereceram a atenção dos alunos e acerca dos quais Pompeu Martins, Vereador da educação, garantiu “o apoio do Município, com medidas que ajudam os alunos carenciados a continuar o seu percurso académico e com o apoio de várias atividades desportivas, algumas delas desenvolvidas pelas escolas com a colaboração da Câmara. Uma dessas atividades é o corta-mato escolar concelhio, destinado a todos os alunos do concelho de Fafe.”
José Baptista, Vereador com o pelouro da proteção animal, questionado acerca do resultado do Orçamento Participativo, que deu a vitória a um projeto que prevê a construção de abrigos para cães em módulos, enfatizou as medidas desenvolvidas desde o início do mandato no que concerne à recolha e tratamento de animais errantes, em Fafe. “Criámos uma equipa de recolha animal, com resultados muito positivos, e estamos a elaborar um Plano Municipal de Esterilização, que pretende ser uma forma de combater o aumento descontrolado de cães em Fafe, através do apoio financeiro a agregados familiares carenciados que pretendam optar pela esterilização dos seus animais. Temos já garantida a colaboração de quatro clínicas veterinárias em Fafe.”
O saneamento básico foi outro dos temas em debate, que contou com a intervenção da Vereadora com o pelouro, Helena Lemos. “Tem sido uma aposta constante deste executivo o saneamento básico nas freguesias. Neste momento, estamos a equacionar a opção de um serviço de saneamento móvel, que, através de uma taxa semelhante à que pagam os outros munícipes, com sistema de saneamento comum, permita às pessoas ter a fossa limpa.”
As grandes opções de obras municipais foram elencadas por Raul Cunha, incluindo-se neste lote a requalificação do Bairro da Cumieira, a possibilidade de construção de uma nova piscina municipal, a requalificação das Escolas Secundária e Carlos Teixeira. Vítor Moreira, Vereador das Obras Municipais, esclareceu que “estamos a investir atualmente na sinalização das passadeiras, nas guardas e rails de segurança. A sinalização das vias é uma preocupação do executivo e temos várias intervenções planeadas nesta área.”
Questionado acerca da sua recandidatura pelos jovens, Raul Cunha terminou a sessão evidenciando “a mesma vontade de ajudar” que, há três anos, o levou a aceitar o desafio para ser candidato à Presidência. “Vejo o exercício desta função como uma forma de dar um contributo à sociedade, não sou político e nunca fiz carreira política.”
No entanto, não avançou com a certeza de uma recandidatura nas próximas eleições, garantindo que tal “depende de uma avaliação que terei de fazer com profundidade mais à frente.”