O Presidente da República esteve em Fafe para encerrar a quinta e última sessão das "I Conferências de Fafe" – uma iniciativa promovida pelo Município e que teve como protagonistas os ex-Presidentes da República e os representantes dos Presidentes já falecidos, que estiveram em Fafe para refletir sobre os 48 anos de democracia em Portugal. Marcelo Rebelo de Sousa realizou, no Teatro Cinema, uma reflexão dedicada ao tema “Os desafios do sistema democrático”, moderada por Luís Marques Mendes.
A sessão foi aberta pelo Presidente da Câmara Municipal, Antero Barbosa, que ressaltou a importância da concretização deste ciclo de conferências, que culminou com a tão honrosa presença de Marcelo Rebelo de Sousa. O autarca referiu a ligação de Marcelo Rebelo de Sousa a Fafe – a sua avó materna era casada com um fafense, sendo que o seu pai manteve profunda relação com Fafe -, terminando com a oferta de um conjunto de documentos ligados à sua família, nomeadamente relacionados com o galardão de “Cidadão Honorário do Concelho” atribuído a seu pai, ato que emocionou o Presidente.
Luís Marques Mendes ressaltou “esta ideia feliz” e referiu “ser um gosto poder ajudar a minha terra e os meus conterrâneos”. Antes de passar a palavra ao protagonista da sessão, afirmou ainda: “Fechámos este ciclo com chave de ouro. Marcelo é o Presidente do Povo, algo que não é um título nem um slogan. É uma responsabilidade e oportunidade para criar na sociedade maior confiança e maior esperança no futuro”.
No início do seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu o convite “duplamente honroso”, recordando “muito sensibilizado as ligações familiares a Fafe”. Já no âmbito da sua intervenção, e ao longo de mais de uma hora, o Presidente da República deu uma verdadeira lição de história e política nacional, contextualizando todos os factos no contexto internacional. Desde os tempos dos descobrimentos, à descolonização, à entrada na União Europeia até à democratização do país em 8 anos, nada foi esquecido. Marcelo deixou ainda alguns alertas, como por exemplo ressaltar a importância da vinda de imigrantes para o nosso país como garante do crescimento da nossa economia ou a importância de, mesmo apesar da conjuntura difícil provocada pela pandemia e, mais recentemente pela guerra, ser imperativo que o país saiba aproveitar os fundos comunitários para fazer as reformas necessárias.
Inauguração de memorial em homenagem aos Presidentes da República
Após a conferência, o Presidente da República seguiu para a Praça 25 de Abril, no centro da cidade, para inaugurar um memorial concebido para homenagear, de forma simbólica, os Presidentes da República que representaram Portugal ao longo 48 anos de democracia.
O centro da cidade encheu-se de fafenses que quiseram ver de perto e aplaudir Marcelo Rebelo de Sousa. À chegada à Praça 25 de abril, o Presidente foi recebido por um conjunto de crianças que empunhava a bandeira das 25 freguesias do concelho. Seguiu-se a apresentação do hino nacional pelo voz do coro constituído por jovens da Academia de Música José Atalaya. Seguiu-se o descerrar da placa do memorial, sempre rodeado de populares que não perderam a oportunidade de dar um beijinho ou tirar as célebres selfies com o Presidente.
Descritivo do memorial
Na conceção do elemento concebido pela autarquia, considerou-se a adoção de formas simples a fim de marcar, com simbolismo material, a representação democrática do país. A “Praça 25 de Abril”, cujo simbolismo é inegável, foi o local escolhido para a implantação do memorial que contribui para reforçar o valor simbólico do espaço, tanto pela sua designação, como também por ser a mais nobre praça da cidade de Fafe.
Um conjunto de elementos graníticos, expostos de forma horizontal, representam uma escala temporal com 48 peças que simbolizam os 48 anos em democracia. Ao longo desta sequência temporal, destacam-se cinco elementos verticais em metal, que expõe uma imagem figurativa e uma breve biografia de cada Presidente da República eleito após o 25 de Abril de 1974.