Luís Mota e Alexandre Ramos, num Mitsubishi Lancer Evo VI, venceram, este domingo, o Rally Montelongo Carlos Vieira, quarta prova do Campeonato de Portugal de Clássicos e que nesta edição apresentou a sua candidatura à entrada em 2023 no calendário do FIA European Historic Rally Championship, numa aposta conjunta da edilidade de Fafe e do Demoporto - Clube de Desportos Motorizados do Porto.
O rali, com um total de 13 classificativas de asfalto sediadas no concelho de Fafe e repartidas por dois dias – no sábado disputou-se também a prova do Campeonato START Norte, ganha pela dupla João Andrade/Sérgio Paiva (Peugeot 208 VTI) –, teve como líder, do primeiro ao último dia, Luís Mota, que chegara a Fafe como líder do Campeonato e reforçou, deste modo, a sua posição com este segundo triunfo da temporada.
“O nosso objetivo era consolidar o primeiro lugar do campeonato e agora, depois desta vitória, que venha o Rali de Viana do Castelo… Nunca é fácil ganhar e desde a primeira classificativa que tive adversários à altura e necessitei de estar sempre atento. Não surgiu qualquer percalço, foi sempre certinho e direitinho…”, comentava, no final, Luís Mota, cuja vantagem final foi de 35 segundos em relação a Nuno Mateus, que também conduziu um Mitsubishi Lancer Evo VI e lamentava os contratempos surgidos no sábado: “Primeiro, tivemos uma saída de estrada, na qual perdemos algum tempo, daí resultando, também, a roda traseira esquerda empenada, problema que nunca conseguimos solucionar. E como se tal não bastasse, ainda sofremos um furo. Portanto, tivemos algumas limitações, caso contrário a luta pela vitória teria sido… taco a taco. De qualquer modo, o Luís Mota andou muito bem e está de parabéns”, sublinhou o segundo classificado.
O último lugar do pódio foi conquistado por César Freitas, piloto de Fafe que conduziu, navegado por Alberto Silva, um Ford Escort MK II e ainda assinou alguns dos melhores tempos, só que o “pião” feito no sábado deixou-o fora da discussão da vitória, como recordou no final da prova: “Quando fizemos o ‘pião’ o motor desligou-se e nunca mais pegava. Perdi, com isso, mais de 2 minutos, mas depois correu tudo bem. Sem esse problema acredito que poderia ter discutido a vitória, mas foi um rali divertido…”
Na prova extra, que seguiu, em termos de estrutura, a dos Clássicos, a dupla Paulo Antunes/Alberto Oliveira, no Skoda Fabia R5, manteve o ritmo do dia anterior e ainda decidiu estrear um jogo de pneus duros para, com maior segurança, poder elevar a fasquia, terminando com uma vantagem robusta face a João Andrade. O piloto que na véspera ganhara a prova START Norte decidiu continuar e obteve um excelente segundo lugar, na frente de Mário Castro, outro piloto que também não passou despercebido na sua terra.
Em jeito de balanço desta edição do Rally Montelongo e projetando a sua possível entrada, em 2023, no Europeu de Clássicos, Carlos Cruz, presidente do Demoporto, revelou-se tão prudente quanto otimista: “Desenvolvemos todos os esforços, atendendo à ambição de colocar este rali no FIA European Historic Rally Championship, para corresponder às normas das provas desse campeonato, e constatámos uma boa recetividade por parte do delegado da FIA. Haverá que corrigir pequenos detalhes, como encontrar uma alternativa para não fazer uma terceira passagem no mesmo troço, mas de resto creio que a estrutura recebeu elogios tanto das equipas como dos pilotos. O mesmo elemento da FIA tinha estado presente, há dois anos, na prova do ERC, já conhecia as classificativas de asfalto e agora voltou a ficar agradado com as mesmas”.
CAMPEONATO DE PORTUGAL DE CLÁSSICOS (final oficiosa)
1º, Luís Mota/Alexandre Ramos (Mitsubishi Lancer Evo VI), 1h22m4.,4s
2º, Nuno Mateus/Tiago Neves (Mitsubishi Lancer Evo VI), a 35.0s
3º, César Freitas/Alberto Silva (Ford Escort MK II), a 2.53.1
4º, João Lucas/Francisco Lucas (Ford Escort MK II), a 5.39.7
5º, Luís Fonseca/João Aguiar (Peugeot 306 S16), a 10.33.5
6º, José Carlos Magalhães/Beatriz Pinto (Citroen Saxo), a 13.41.4
PROVA EXTRA (final oficiosa)
1º, Paulo Antunes/Alberto Oliveira (Skoda Fabia R5), 1h14m29.1s
2º, João Andrade/Sérgio Paiva (Peugeot 208 VTI), a 5m13.0s
3º, Mário Castro/Ricardo Cunha (Ford Fiesta 1.0 Ecoboost), a 5.25.3
4º, Filipe Teixeira/Bruno Coelho (Citroen Saxo Cup), a 5.52.1
5º, José Costa/Tiago Ferreira (Nissan Micra Kit Car), a 7.13.2
6º, Cláudio Baptista/Pedro Santana (Peugeot 208), a 8.16.2
7º, Pedro Costa/Diogo Costa (Renault Clio), a 12.43.5
8º, André Oliveira/António Freitas (Peugeot 208 Rally4), a 16.36.5
9º, Manuel Pereira/Pedro Magalhães (Peugeot 208 R2), a 21.51.3
10º, Telmo Pedro/Paulo Gomes (Peugeot 106 XSI), a 24.38.2