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"I Conferências de Fafe": João Soares assume papel de excelente contador de histórias para retratar a vida do ex-Presidente da República, Mário Soares, seu pai
João Soares foi o protagonista da segunda sessão das "I Conferências de Fafe" que aconteceu ontem, ao final da tarde, no Teatro Cinema. Com moderação de Luís Marques Mendes, João Soares assumiu o papel de um excelente contador de histórias para retratar a vida do ex-Presidente da República, Mário Soares, seu pai, durante os 48 anos de ditadura e os anos que viveu em democracia.
A abertura da sessão esteve a cargo do anfitrião Antero Barbosa, presidente da autarquia, que começou por fazer uns trocadilhos e analogias com a palavra "fixe", tão associada a Mário Soares, dizendo que "Fafe é fixe. Os fafenses são fixes. Os fafenses são confiáveis". Agradecendo a presença do convidado, o autarca ressaltou: "Fafe quer ser parte da reflexão sobre os temas nacionais mais relevantes e haverá, certamente, muitos para debater".
Por sua vez, o Conselheiro de Estado Luís Marques Mendes enalteceu Mário Soares, apontando-o como "uma figura de invulgar coragem cívica e política, sem medo de assumir as suas convicções, antes e depois do 25 de Abril". "Mário Soares e a palavra liberdade confundem-se. Ele era livre de pensar e agir", refere. "Soares foi o «Senhor Europa», talvez tenha sido o primeiro a pensar estrategicamente que o nosso caminho futuro passaria pela Europa". "Foi um político profundamente popular e próximo, sem ter que recorrer à ficção e à ilusão", afirma Marques Mendes.
Numa análise assumidamente parcial, João Soares designa o seu pai como "o grande fundador da nossa democracia, um homem de liberdade e coragem física e intelectual, pessoa culta e cosmopolita e um excelente contador de histórias". Ressaltou ainda que Mário Soares, que fez 50 anos em 1974, "viveu mais tempo em ditadura do que em democracia, tendo sido das pessoas em Portugal que foi mais vezes presa, de entre os diversos combatentes da ditadura, encetando muitos combates sem a expectativa real de alcançar uma vitória".
"O meu pai estava bem como ele próprio, logo estava sempre bem com toda a gente. Além disso, tinha uma profunda confiança no nosso bom senso enquanto povo", continua João Soares. "Com um papel marcante no plano internacional, a sua opção - contra tudo e contra todos - de adesão à Europa foi decisiva", conclui.
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